Os anarquistas socialistas libertários acreditam que a função de qualquer
governo é a manutenção do domínio de uma classe social sobre outra. Eles
acreditam que, no sistema capitalista, o Estado mantém a desigualdade social
através da força, ao garantir a poucos a propriedade sobre os meios de
subsistência de todos.
Esta teoria clama por um sistema socialista, onde a posse dos meios de
produção seja garantida a todos os que trabalham. Neste sistema, não haveria
necessidade de nenhuma autoridade e/ou governo, visto que não haveria
necessidade de impor privilégios de uma classe sobre outra. A sociedade
seria gerida por associações democráticas, formadas por todos, e
dividindo-se livremente (ou seja, com entrada e saída livre) em cooperativas e
estas, em federações.
A origem da tradição socialista libertária está nos séculos XVIII e XIX. Talvez
o primeiro anarquista (embora não tenha usado o termo em nenhum momento) foi
William Godwin, inglês, que escreveu vários panfletos defendendo uma educação
sem a mão do Estado, observando que esta tornava as pessoas menos propensas
a ver a liberdade que lhes era tirada. O primeiro a se auto-intitular anarquista e a
defender claramente uma visão mais socialista, foi
Joseph Proudhon, seguido
por Bakunin que levou e elaborou as idéias de Proudhon à primeira Associação
Internacional de Trabalhadores (AIT). Mais tarde, Kropotkin desenvolve a vertente
comunista do anarquismo, enquanto Nestor Makhno tenta implantar o anarquismo
em plena revolução russa na Ucrânia, com apoio de várias comunidades
camponesas, mas que acabam massacradas pelos revolucionários leninistas e
trotskistas. (ver Godwin, Proudhon, Bakunin, Kropotkin, Makhno, etc).
Poucos anarquistas defendem a violência contra indivíduos. Durante o fim
do século XIX e início do século XX, o anarquismo era conhecido como uma
ideologia que pregava os assassinatos e explosões, devido a ação de pessoas
como o russo Nechaiev, o francês Ravachol e à influência dos meios de
comunicação da época.
A maioria dos anarquistas acreditam que a violência contra indivíduos é inútil,
já que mantém intactas as relações sociais de exploração e as instituições que
a mantém. Entretanto, os anarquistas acreditam ser inevitável o recurso à violência
como legítima defesa à violência do Estado ou de instituições coercivas.
Anarquistas como
Errico Malatesta publicaram célebres debates e publicações,
condenando o individualismo-terrorista de alguns anarquistas.